
Eu e o enigma:
Teu amor chega preso em cristal e aço.E me estende uma mão impossível de segurar.
Colo o corpo, o rosto, os lábios ao amor preso no espelho e o frio vítreo denuncia as impossibilidades, as contingências,a distância entre os mundos de matéria e ilusão.
Meu amor me dizes,e já sou eu que me faço espelho, é a mim que habitas.
Em mim teu reflexo de ilusão e frio me faz repleta,me leva ao teu mundo e te traz ao meu num jogoem que eu e tu somos um infinito refletir que se completa.
Ela diz:
O amor é um risco desafiador, provocante que exige ousadia, coragem, desprendimento, sem salvaguarda.
Não sacia a fome e nem aplaca a sede dos covardes.
Não é preciso e abomina qualquer tipo de segurança, envolve certa dose de santa loucura e nenhum receio de se sentir ridículo.
Não se compra, não se revela numa fórmula mágica, nem vem acompanhado de bula ou receituário; não tem garantia ou prazo de validade.
Amar se aprende soltando as amarras, içando velas, levantando âncoras ao sabor ou enfrentando os ventos, todos os ventos, sem norte, com destemor.
Porque , o amor, é a bússola.
Aprende-se caminhando, olhos vendados, à beira de um precipício; saltando no abismo, provando na agonia do inferno, o gozo celestial.
Amar se aprende amando.
Aprendo com ele, todo dia.
Por isso, agora, só expresso e falo do que sinto e vivo;
foi-se o tempo de teorizar.
Então, repito mais uma vez para que me ouça o teu coração:
"Hoje, senti saudade". Saberás dela, sentindo-a tu também, no vento...
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